Resenha: Fangirl

Livro: Fangirl

Autora: Rainbow Rowell

Editora: Novo Século

Página: 424       Ano: 2014

Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme.
Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou na vida real.
Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto.
Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências.
Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?

Fangirl é o livro que tem o melhor resumo que eu já li, pois ele conta exatamente o que esperar e o que vai acontecer na história.

Pois bem. Em Fangilr nós acompanhamos, durante 424 páginas, a história do primeiro ano de faculdade de Cath. Suas inseguranças, novas e velhas amizades, seu relacionamento com a irmã, com o pai, com sua mãe e com Simon Snow.

Simon Snow é a obsessão de Cath. Ela ama o mundo de o Herdeiro do Mago – uma história de um bruxo que faz clara alusão à Harry Potter. Sua paixão é tanta que ela tem blusas, posters, bonequinhos e está há dois anos escrevendo uma fanfic (chamada Vá em frente, Simon) em que ela conta a história do oitavo livro, antes mesmo do oitavo livro ser lançado.

O livro não tem um foco principal – como o romance ou uma jornada de descobrimento pessoal, por exemplo. Ele simplesmente narra a vida de Cath. Nós conhecemos ela e todas as suas inseguranças, seus sentimentos sobre a escrita, a dificuldade que ela tem em fazer amizades, sua preocupação com o pai, o relacionamento não tão bom com a irmã e suas desavenças com a mãe.

Isso poderia se tornar algo negativo, já que vamos lendo o livro sem saber o que esperar ou qual é o ponto principal (segredo: não tem ponto principal, não tem clímax, não tem nada, só Cath), mas Rainbow Powell escreve tão bem e a leitura é tão fácil que páginas e páginas passam e você nem sente. Isso ajuda o livro a ficar mais agradável e tira aquela impressão de que a história não está indo a lugar algum.

Como a obra tem muitos focos, os personagens acabam não sendo fixos – com exceção de alguns poucos – e eles vão e vem. Tem alguns que aparecem com frequência nas primeiras cem páginas, desaparecem, e só voltam no final do livro para amarrar as pontas soltas.

Eu esperava bem mais de Fangirl. Foi um livro bem morno. Por não ter nenhum grande acontecimento, a leitura não empolga. Meu principal problema foi com a protagonista, tinha uma relação de amor e ódio com ela.

O principal problema de Cath é que ela usava fanfics e Simon Snow como forma de escapismo para fugir de seus problemas. Ela se trancava nesse mundo e não ia viver a vida dela. Olha, eu admito, amo fanfics, amo os fandoms e participo de muitos deles, mas nada disso vai fazer que eu deixe de curtir minha vida, de fazer amizades. Cath faz isso. Ela se recusa a curtir a vida na faculdade, ela não se dedica muito às aulas, ela não procura amigos, não encara seus problemas. A primeira vez que ela fala com a colega de quarto – aliás, a colega de quarto fala com ela – é lá para a metade do livro. Isso me irritava muito.

Outro problema do livro é que ele é simplesmente muito grande. Para uma história que apenas apresenta a vida de Cath e uma sucessão de acontecimentos não eram necessárias quatrocentas páginas. Ainda bem que a autora escreve bem e salva o livro, se não ele tinha muitas chances de se tornar chato.

Cada capítulo termina com um trecho de uma fanfic ou  de um livro de Simon  Snow e diversas  vezes  Cath lê fanfics  que  são  transcritas na narrativa.  Isso  não  me atrapalhou,  mas  conheço  gente  que  não  gosta  de interrupções  na  história,  então fica  o  aviso  (eu  achei  as  partes  das  fanfics muito bem  escritas  e  a  história  era bem  interessante).

Fangirl  é  um  livro  grande  e  mediano.  Fácil  de  ler,  mas  não  tem  uma  história tão  boa,  nem  personagens  absurdamente  carismáticos.  Leia  por  sua  conta  e risco.

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