Persuasão – Jane Austen

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Livro: Persuasão

Autora: Jane Austen

Editora: L&PM

Páginas: 256

“Anne Elliot, a heroína de Persuasão, é uma nem tão jovem solteira que, seguindo os conselhos de uma amiga, dispensara, sete anos atrás, o belo e valoroso (porém sem título nobiliárquico e sem terras) Frederick Wentworth. No entanto, o futuro sentimental e financeiro de Anne não é muito promissor, e quando o destino a coloca frente a frente com Frederick, agora um distinto capitão da Marinha britânica, reflexões, conjunturas e arrependimentos são inevitáveis.

Concluído um ano antes da morte de Jane Austen e publicado postumamente, seu último romance, que contém fortes elementos autobiográficos, aborda o risco de se dar conselhos – e de se segui-los. Com toda graça, humor, leveza, ironia e ousadia de estilo de suas obras mais conhecidas, Persuasão, originalmente publicado em 1818 num mesmo volume com A abadia de Northanger, é uma bela despedida daquela que pintou a vida e as agruras femininas em uma sociedade patriarcal como nunca antes e nunca depois.”

 

De Jane Austen eu só havia lido Orgulho e Preconceito – que sempre terá um lugar reservado no meu coração – e sempre quis ler outros romances da autora, mas entre as atribulações da vida nunca os li.

E por um acaso, acabou em minhas mãos Persuasão, um dos últimos romances de Austen e que apresenta uma maturidade muito maior do que aquela encontrada em O&P. Veja bem, muitos elementos que nos encantam  em O&P estão em Persuasão – o cavalheiro, os bailes, a família fútil que mais traz embaraço do que qualquer outra coisa, o moço que parece boa pessoa mas descobrimos que ele não é tão legal assim, as cartas, os comentários sobre a vida na Inglaterra no campo e na cidade, etc. Está tudo lá. Mas agora na visão de Anne Elliot, que está com 27 anos de idade e não mais tão bonita quanto era aos 19.

Anne Elliot é um dos pontos altos do livro:  um tanto quanto deslocada em suas relações sociais e deixada de lado pela família – composta por um pai e uma irmã fúteis e vaidosos, e uma outra irmã mais nova dramática que sempre quer ser o centro das atenções – tem como única amiga Lady Russel, por quem tem alta estima. Anne aparenta ser um tanto quanto passiva por não expressar tanto sua opinião e suas vontades, sendo uma pessoa gentil e diplomática, entretanto boa parte dos monólogos dela são internos e neles ela mostra sua força de caráter e aos poucos vai conquistando o coração do leitor e de todos aos personagens com quem interage.

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Resenha: A Vida do Livreiro A.J. Fikry

Livro: A Vida do Livreiro A.J. Fikry

Autora: Gabrielle Zevin

Editora: Paralela

Páginas:   190                 Ano: 2014

“Livrarias atraem o tipo certo de gente”. É o que descobre A. J. Fikry, dono de uma pequena livraria em Alice Island. O slogan da sua loja é “Nenhum homem é uma ilha; Cada livro é
um mundo”. Apesar disso, A. J. se sente sozinho, tudo em sua vida parece ter dado errado. Até que um pacote misterioso aparece na livraria. A entrega inesperada faz A. J. Fikry rever seus objetivos e se perguntar se é possível começar de novo. Aos poucos, A. J. reencontra a felicidade e sua livraria volta a alegrar a pequena Alice Island. Um romance engraçado, delicado e comovente, que lembra a todos por que adoramos ler e por que nos apaixonamos.

Eu nunca esperei gostar tanto de A Vida do Livreiro A.J. Fikry. Era um livro que estava parado há um considerável tempo na minha estante e que só peguei por que faria uma viagem e queria ter algo pra fazer. Rapidamente me vi absorvida pelo livro, devorando suas páginas.

Para começar ele é excelente por cinco motivos: é engraçado, a escrita é deliciosa, dá pra ler em uma sentada, fala sobre livros e tem personagens cativantes.

Com uma combinação dessas não tem como um livro dar errado, certo? Certíssimo!

O livro fala sobre… bem, o que diz o título: conta a vida de A.J. Fikyr.

A primeira vez que somos apresentados à ele é através da representante de vendas Amélia e a primeira impressão que temos dele é desastrosa. O cara é mau humorado, rabugento e contrasta com a personalidade de Amélia, uma solteirona que apesar dos constantes relacionamentos via internet que não deram certo ainda tem certo otimismo. Abro espaço pra falar de Amélia. É bem difícil não gostar dela, ela é muito adorável. Toda vez que eu a imagino vem a imagem de uma mulher com cabelos loiros, vestidos de girassóis e galochas amarelas. Vá, não é uma imagem de uma personagem que você vai gostar?

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Eu não quero rosas

Dando uma pausa com as resenhas, hoje vim falar de papo sério: O dia internacional da mulher. Originalmente, eu iria postar esse texto no Facebook, mas achei que no blog ia ficar bem mais organizado. ‘Bora pro texto. Espero que vocês gostem!

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No dia 8 de março de 1857 operárias de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque fizeram uma grande greve. Seus motivos de luta? Elas queriam reduzir as horas de trabalho (de dezesseis para dez), queriam igualdade de salários (elas recebiam um terço do salário do homem, e realizavam o mesmo tipo de trabalho), e melhores condições de trabalho. A greve foi duramente rechaçada. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Cento e trinta tecelãs morreram carbonizadas. E esse, meus amigos, foi um dos motivos que gerou esse dia.

Em todo 8 de março eu recebo parabéns pelo “meu dia”. Eu recebo rosas. Recebo textos celebrando as mulheres por serem mães e guerreiras – tudo isso sem deixar de ser delicada e sensível, sem descer do salto alto. Eu recebo chocolates e promoções de panelas.

Mas, eu não quero rosas.

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Resenha: Fangirl

Livro: Fangirl

Autora: Rainbow Rowell

Editora: Novo Século

Página: 424       Ano: 2014

Cath é fã da série de livros Simon Snow. Ok. Todo mundo é fã de Simon Snow, mas para Cath, ser fã é sua vida – e ela é realmente boa nisso. Vive lendo e relendo a série; está sempre antenada aos fóruns; escreve uma fanfic de sucesso; e até se veste igual aos personagens na estreia de cada filme.
Diferente de sua irmã gêmea, Wren, que ao crescer deixou o fandom de lado, Cath simplesmente não consegue se desapegar. Ela não quer isso. Em sua fanfiction, um verdadeiro refúgio, Cath sempre sabe exatamente o que dizer, e pode escrever um romance muito mais intenso do que qualquer coisa que já experimentou na vida real.
Mas agora que as duas estão indo para a faculdade, e Wren diz que não a quer como companheira de quarto, Cath se vê sozinha e completamente fora de sua zona de conforto.
Uma nova realidade pode parecer assustadora para uma garota demasiadamente tímida. Mas ela terá de decidir se finalmente está preparada para abrir seu coração para novas pessoas e novas experiências.
Será que Cath está pronta para começar a viver sua própria vida? Escrever suas próprias histórias?

Fangirl é o livro que tem o melhor resumo que eu já li, pois ele conta exatamente o que esperar e o que vai acontecer na história.

Pois bem. Em Fangilr nós acompanhamos, durante 424 páginas, a história do primeiro ano de faculdade de Cath. Suas inseguranças, novas e velhas amizades, seu relacionamento com a irmã, com o pai, com sua mãe e com Simon Snow.

Simon Snow é a obsessão de Cath. Ela ama o mundo de o Herdeiro do Mago – uma história de um bruxo que faz clara alusão à Harry Potter. Sua paixão é tanta que ela tem blusas, posters, bonequinhos e está há dois anos escrevendo uma fanfic (chamada Vá em frente, Simon) em que ela conta a história do oitavo livro, antes mesmo do oitavo livro ser lançado.

O livro não tem um foco principal – como o romance ou uma jornada de descobrimento pessoal, por exemplo. Ele simplesmente narra a vida de Cath. Nós conhecemos ela e todas as suas inseguranças, seus sentimentos sobre a escrita, a dificuldade que ela tem em fazer amizades, sua preocupação com o pai, o relacionamento não tão bom com a irmã e suas desavenças com a mãe.

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Resenha: A Extraordinária Viagem do Faquir Que Ficou Preso Em Um Armário Ikea

Livro: A Extraordinária Viagem do Faquir Que Ficou Preso Em Um Armário Ikea

Autor: Romain Puértolas

Editora: Record

Páginas: 256     Ano:  2014

A figura de um faquir está associada à meditação, ao treinamento e à magia. Mas, no caso de Ajatashatru Ahvaka Singh, é mais provável que o público se depare com truques e trapaças. A última de suas artimanhas foi convencer sua aldeia a pagar por uma viagem a França para adquirir a Camadepregösa, um modelo de cama de pregos vendida pela Ikea. Só que ele não contava em ficar preso dentro de um dos armários da loja. Nem que o móvel seria despachado para outro país. Assim, o faquir e seu turbante partem para uma aventura, ainda que involuntária, pelo mundo, fazendo uma horda de inimigos, alguns amigos e aprontando muitas confusões pelo caminho. Publicado como parte da lista Os inevitáveis de 2014, considerado uma das apostas do ano pela Folha de São Paulo. Fenômeno de vendas na França, onde atingiu a marca dos 250 mil exemplares comercializados, e figurou no primeiro lugar na lista dos best-sellers do país.

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Eu admito que comprei A Extraordinária Viagem do Faquir Que Ficou Preso Em Um Armário Ikea por causa do título. Quer dizer, com um nome desses (que eu estou copiando e colando para não ter que digitar), o livro, no mínimo, só pode ser interessante.

E interessante ele é. A Extraordinária Viagem do Faquir Que Ficou Preso Em Um Armário Ikea conta a história do faquir Ajatashatru Ahvaka Singh, que ganha a vida aplicando golpes nos pobres – literalmente – moradores de sua aldeia na Índia. Aja faz o moradores acreditarem que ele é um grande mágico e, através de truques e ilusões, consegue convencer os habitantes a pagar para ele uma viagem para Paris. Em Paris ele quer comprar uma nova cama de pregos na Ikea – que ele pretende vender depois.

Com uma nota de 100 dólares impressa só de um lado, Ajatashatru planeja passar a noite na loja e partir no outro dia. Mas, ao ver pessoas se aproximando, ele se esconde num armário que é despachado para o Reino Unido. E assim começa nossa história.

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Quero assistir: Caminhos da floresta

Caminhos da FlorestaCaminhos da Floresta (Into the Woods, é seu nome original) é o novo filme de fantasia da Disney, que eu estou louca para assistir!

O longa é um musical que conta a história de um padeiro e sua esposa (James Corden e  Emily Blunt) que foram amaldiçoados por uma Bruxa ( Meryl Streep) a nunca terem filhos. Para quebrar a maldição, a Bruxa avisa: eles precisam entrar na floresta e encontrar alguns itens. Os itens são uma vaca branca, um capuz vermelho como o sangue, um cabelo amarelo como o milho e um sapatinho puro como o ouro.

Esses objetos são de personagens que conhecemos bem dos contos de fadas: Cinderella, Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel e João (de João e o Pé de Feijão). Todos se encontram na floresta e cabe ao padeiro e sua esposa conseguirem esses itens para realizar seu sonho de construir uma família.

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Resenha: Correr ou morrer

Livro: Correr ou Morrer  Autor: James Dashner

Editora: Vergara & Riba

Páginas: 426  Ano: 2010

Ao acordar dentro de um escuro elevador em movimento, a única coisa que Thomas consegue lembrar é de seu nome. Sua memória está completamente apagada. Mas ele não está sozinho.

Quando a caixa metálica chega a seu destino e as portas se abrem, Thomas se vê rodeado por garotos que o acolhem e o apresentam à Clareira, um espaço aberto cercado por muros gigantescos. Assim como Thomas, nenhum deles sabe como foi parar ali, nem por quê. Sabem apenas que todas as manhãs as portas de pedra do Labirinto que os cerca se abrem, e, à noite, se fecham. E que a cada trinta dias um novo garoto é entregue pelo elevador. Porém, um fato altera de forma radical a rotina do lugar – chega uma garota, a primeira enviada à Clareira. E mais surpreendente ainda é a mensagem que ela traz consigo.

Thomas será mais importante do que imagina, mas para isso terá de descobrir os sombrios segredos guardados em sua mente e correr, correr muito.

O primeiro livro da série Maze Runner foi uma das surpresas do ano passado. Eu o peguei para ler esperando um livro divertido e que aliviasse um pouco o meu estresse depois de toda a loucura que foi o ENEM. O que eu encontrei foi um livro instigante e que me deixou presa à história do começo ao fim.

O livro começa com o Thomas acordando em um elevador sem se lembrar de nada, com exceção do seu nome. Após algum tempo ele emerge na Clareira e conhece os Clareanos, os habitantes do lugar – que são todos meninos, que também não lembram quem são nem de onde vieram.

A Clareira é uma grande área cercada por enormes muros, que se abrem durante o dia e fecham durante a noite. Esses muros formam o Labirinto, que está sempre mudando.

Apesar de serem um bando de adolescentes, os Clareanos são organizados: cada um tem sua função. Talvez a função mais importante e perigosa (por causa dos Verdugos – monstros que espreitam o labirinto) seja a função de Corredor. São os Corredores que mapeiam o Labirinto, buscando uma saída de lá.

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Operação Big Hero

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Operação Big Hero estreou nessas terras tupiniquins em meados de dezembro. Eu, que sou uma pessoa que só sai de casa arrastada (mesmo que seja para ir ao cinema) só fui assistir agora e amei o filme (até chorei, ok).

Operação Big Hero 6 conta a história de Hiro Hamada, um garoto prodígio de 13 anos que é fissurado em robôs. Ele gosta tanto que até criou um. Hiro usa seu robozinho em lutas clandestinas de robôs para arrecadas um bom dinheiro. E é em uma dessas lutas entre robôs que iniciamos o filme.

Infelizmente, as coisas não acabam muito bem e Hiro acaba sendo salvo por ser irmão mais velho, Tadashi. Tadashi não consegue entender por que um garoto tão genial desperdiça sua inteligência se envolvendo em lutas clandestinas e, buscando atraí-lo para algo mais útil, resolve levar Hiro para conhecer sua faculdade, que é repleta de invenções. É também nesse faculdade que Hiro  conhece os melhores amigos de Tadashi e que, por extensão, acabam virando seus amigos também.

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Desafio literário: I DARE YOU!

Eu resolvi participar de um desafio literário. Pois é. Logo eu que sou horrível em cumprir metas.

Mas desde que meu 2014 foi pobre em leituras (li apenas 5 livros!) resolvi criar vergonha na cara e começar 2015 lendo, ao menos, 12 livros! E nada melhor que um desafio para nos incentivar, certo?

O fato é que ando meio desapegada dos livros ultimamente. Talvez seja por que eu passe muito mais do meu tempo assistindo séries, ou por que eu gaste muitas horas em redes sociais (o que acho muito mais plausível), o fato é que acabei perdendo um pouco meu hábito de leitura. Hábito, esse, que pretendo recuperar em 2015!

O I Dare You, além de me ajudar a cumprir minha resolução de ano novo, também vai ajudar a me livrar de alguns preconceitos com certos gêneros! Afinal, terei de ler de tudo se quiser cumprir minha meta (além de tirar alguns livros não lidos da estante!).

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Resenha: A culpa é das estrelas

A culpa é das estrelas – John Green

Livro: A culpa é das estrelas  Autor: John Green

Editora:  Intrínseca

Páginas: 288 Ano: 2012

A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer – a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas. Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar

Não fiquei impressionada. É isso aí. Mas antes de xingar, me apedrejar e vir com tochas para minha casa deixa eu me explicar. Ok? Ok.

O primeiro motivo é que eu fui ler o livro com muita expectativa. Eu tive receio em lê-lo, já que o gênero não é dos meus favoritos, mas depois de tantos amigos me recomendarem acabei cedendo. No final, o livro não se fez à altura de tantas recomendações.

Eu achei tudo muito forçado. O romance, as falas, o Gus. Saí com a impressão que o livro foi feito para vender e para comover. E também para te deixar numa situação complicada caso a obra desagradasse. Por que, como alguém pode não gostar de uma história de amor trágica entre dois adolescentes com câncer?! Que pessoa insensível!!! (Essa foi a reação dos meus amigos quando eu cheguei e disse: Li e não gostei).

Outro ponto: o Gus. Eu terminei o livro sem saber se gostava ou não do Augustus Waters. Ele passou o livro todo fingindo, criando um personagem. Fingindo estar bem, fingindo não se importar, dando discursos que deveriam ser filosóficos, mas eram pretensiosos.

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